Motoristas de aplicativo do Alto Tietê levam reivindicações por mais segurança à Assembleia Legislativa


Entre os pedidos está a possibilidade de comunicar roubo pela internet e anulação da cláusula que exclui motorista por cancelar a viagem. Em dois meses, três profissionais da área foram mortos no Alto Tietê. Motoristas de aplicativo do Alto Tietê pedem mais segurança Motoristas de aplicativo que atuam na região pedem mais segurança para trabalhar. Eles entregaram um documento com uma lista de reivindicações para os deputados na Assembleia Legislativa de São Paulo. Uma nova audiência pra discutir as reivindicações, está prevista para o dia 24. Os motoristas deixaram de adesivar o carro com a identificação do aplicativo – que não é obrigatória na cidade – e também não colocam mais o celular à mostra, no painel do veículo. Segundo a categoria, diminui os riscos de assalto. O motorista Juliano Simões de Santana conta que uma vez desembarcou o passageiro, e quando logo em seguida foi assaltado por dois homens em uma moto. "O garupa sacou o revólver e foi apontando na minha direção. A cada acontecimento vai dando mais medo na gente, a família fica preocupada, pedindo para largar, mas como para se a gente tem necessidade de trabalhar", diz. Os profissionais dessa área se tornaram vulneráveis, depois de assaltos e três homicídios em apenas dois meses nas cidades do Alto Tietê. O primeiro deles em Mogi das Cruzes: Valter Prado Filho, de 32 anos, foi assassinado a facadas. Três jovens foram presos e um adolescente de 15 anos apreendido por suspeita de praticarem o crime. Motorista de aplicativo foi assassinado em Mogi das Cruzes. Reprodução/TV Diário O segundo crime foi em Itaquaquecetuba e vitimou Elvis Souza Leite, de 41 anos. Ele foi enforcado com o cinto de segurança do próprio carro. Um adolescente de 16 anos foi apreendido em flagrante, os outros suspeitos ainda não foram identificados. Em Suzano, Osmar de Souza Prado, de 36 anos, levou um tiro pelas costas. Uma mulher e dois homens foram presos e confessaram o crime, segundo a polícia. Tirar essas quadrilhas das ruas é fundamental para garantir a segurança não só dos motoristas de aplicativos mas de toda a sociedade. O que a categoria quer agora é aumentar a segurança, evitar que os crimes aconteçam. Por isso, na semana passada, profissionais que atuam na área no Alto Tietê foram até a capital, na Assembleia Legislativa apresentar um documento com 13 itens de segurança que podem trazer mais tranquilidade para esses motoristas. Entre os pedidos estão: - Permissão de comunicação de roubo de motorista pela internet, ou seja, um registro direcionado. - Uma delegacia especializada, o que ajudaria nas investigações e nas estatísticas, segundo representantes da categoria. - Anulação da cláusula que exclui o motorista por cancelamento de viagens, hoje além de sofrer penalidades o profissional pode até ser desligado da empresa - Pontos de embarque nas comunidades, em locais movimentados, iluminados. O presidente da Associação dos Motoristas por Aplicativo do Alto Tietê (Amarati), Maicon Cristian Flores da Silva, disse que as plataformas estão trabalhando na segurança, mas está muito devagar. "A gente espera que este processo seja acelerado, para que não venha acontecer outros crimes, ou pelo menos do modo que tem acontecido", detalhou Silva. A Central Integrada de Monitoramento da Prefeitura de Mogi das Cruzes também pode ajudar a inibir e identificar criminosos que agem contra motoristas de aplicativos na cidade. O secretário Municipal de Segurança, coronel Paulo Roberto Madureira Sales, disse que já colocou o sistema a disposição. "Sugerimos a eles utilizarem a tecnologia para ajudá-los nas situações de prevenção e segurança. Colocar um dispositivo no veículo em que seja colocado um dispositivo para saber onde o carro está. Em cima dessas informações dar um feedback para o motorista. Nós temos câmera de monitoramento que trabalha online", diz. O motorista Tomás Henrique Fiel conta que anda bem preocupado e espera que as propostas virem projetos e funcionem na prática. "Espero que a maioria seja aceita, sim, porque vai aliviar bastante e trazer mais tranquilidade", pontua.

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