
Militares apoiados pela oposição prenderam a vencedora do prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que vinha sendo criticada por apoiar o governo do país no massacre contra a população rohingya. Aung San Suu Kyi, líder de Mianmar, durante audiência no caso levado pela Gâmbia contra o país à Corte Internacional de Justiça da ONU, em Haia, na Holanda, no dia 14 de janeiro. Yves Herman/Reuters Lideranças do governo de Mianmar — incluindo a líder política Aung San Suu Kyi, vencedora do Nobel da Paz em 1991; e o presidente do país, Win Myint — foram presos na manhã desta segunda-feira (1º) (horário local). Não foram esclarecidas as razões para as detenções. Elas ocorrem dois meses depois de uma eleição que opositores, impulsionados por militares, acusam de serem fraudadas — o que o presidente e as lideranças governistas de Mianmar negam. Integrantes do partido Liga Nacional pela Democracia chegaram a alertar para ameaça de golpe. "Eu quero dizer ao nosso povo que não responda intempestivamente, e quero que ajam de acordo com a lei", pediu o porta-voz do governo, Myo Nyunt, em entrevista à agência Reuters. Ele também teme ser preso. Na semana passada, o chefe militar Min Aung Hlaing — que, segundo o jornal "Guardian", é a pessoa mais poderosa em Mianmar — afirmou que havia encontrado "desonestidade e injustiça no pleito". Os governistas venceram por ampla maioria, mas a oposição apoiada pelas Forças Armadas afirma ter encontrado 8,6 milhões de casos de fraude. Perguntado, à época, se o país corria risco de um golpe militar, um porta-voz das Forças Armadas respondeu: "Nós não diremos que o Exército tomará o poder. E também não diremos que não". Eleição conturbada em Mianmar Eleitores em Mianmar em um carro de campanha de Aung San Suu Kyi, em 10 de novembro de 2020 Sai Aung Main / AFP Mianmar passou em novembro de 2020 por eleições no Parlamento bastante criticadas por não permitir a participação de minorias étnicas. Praticamente todos os muçulmanos rohingyas não votaram, porque eles se encontram em campos de refugiados em Bangladesh ou porque perderam a nacionalidade birmanesa. A imagem de Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz de 1991, que continua muito popular em Mianmar, foi muito afetada no cenário internacional pela crise dos rohingyas. O país é acusado de cometer genocídio contra essa população, e a ativista e principal liderança política birmanesa chegou a ter prêmios retirados por causa das acusações. VÍDEOS: mais assistidos do G1 nos últimos 7 dias
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