Homem tetraplégico internado há 10 anos em hospital de Suzano escreve livro para contar história de superação


Edione Ferreira da Silva também pinta quadros com tematica da natureza. Ele levou um tiro ao separar uma briga, há 10 anos, e perdeu o movimento do corpo do pescoço para baixo. Paciente tetraplégico internado há 10 anos em hospital de Suzano escreve livro Um paciente tetraplégico internado há dez anos no Hospital das Clínicas de Suzano escreveu um livro utilizando só o movimento da boca. A publicação traz a história de superação dele, que também pinta quadros, com traços detalhados, firmes, e que destacam a natureza. Cada pincelada e palavra escrita exigiram um controle maior de Edione Ferreira da Silva, o artista que vive em uma cadeira de rodas e é dependente da ventilação mecânica. Reaprender a viver, para ele, nunca foi um obstáculo. Anos atrás ele saiu do Ceará para São Paulo, onde teve de aprender uma profissão nova e a viver numa cidade grande. Situação bem diferente do que estava acostumado. Aos 25 anos, mais uma vez, a história da vida dele mudou. Ao separar uma briga entre amigos, foi atingido por um tiro. O disparo acidental fez com que ele perdesse os movimentos do pescoço para baixo. Hoje, ele usa um pincel na boca, tinta e uma tela, para dar mais sentido ao quadro também à vida. “Eu almoço, começo umas 13h, e vou até umas 16h, 17h. Quando eu começo, quero terminar, para ver como vai ficar”, diz. Edione deu novo sentido à vida por meio da arte de pintar e escrever. Reprodução/TV Diário Edione está internado há 10 anos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em Suzano. Com ajuda dos profissionais do hospital, principalmente da equipe de terapia ocupacional, Edione aprendeu a pintar com a boca. Já são pelo menos sete anos e mais de 40 quadros. “Eu gosto de animais. Então se eu estiver pintando um cavalo, eu imagino ele tipo em uma fazenda, o vento batendo na crina dele. Eu vou com a imaginação. As conquistas dele não param nas telas. Novembro também oficializou Edione como escritor. Ele lançou um livro. Cem páginas que contam um pouco da trajetória de vida dele. Para se comunicar com a família e escrever, Edione segura nos lábios uma colher de plástico, presa em um suporte de metal, que na ponta tem uma caneta para digitar no celular ou tablet. A terapeuta ocupacional Elisa Sakamoto conta que o começo eles tentaram com ele falando, mas não deu certo. “Quando ele começou a digitar com o tablet e ele mesmo mandar. Se você perder um membro tem um outro, então tem que tentar utilizar o que sobrou”, conta. Superação que virou orgulho para toda a família. A mãe direto do ceará, a filha e as irmãs da capital estiveram no lançamento do livro, no hospital em Suzano. “Por tudo o que ele passou, a trajetória dele nesses 10 anos. A luta da família inteira, e a gente ver onde ele chegou, é uma vitória muito grande. A gente sabe que Deus tem uma lição muito grande na vida dele. Ele renasceu”, diz a irmã, Maria Pereira da Silva. A filha, Larissa Ferreira, de 12 anos, diz que a maior lição de vida que tem é a vida do pai. “Eu vejo tudo o que ele passa, e para mim é uma superação”, ressalta. A história de vida foi transformada em superação e agradecimento. “Eu conto um pouquinho da minha história e falo das pessoas que podem ser diferentes, só basta querer”, diz. O livro está disponível no site da editora.

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