Quadrilha desviava do sistema de fiscalização malas cheias de cocaína

Oito pessoas foram presas. De acordo com a PF, golpes como os desses criminosos podem ter feito um brasileiro de 71 anos passar 48 dias preso em Portugal. Quadrilha desviava do sistema de fiscalização malas cheias de cocaína O Jornal Nacional mostra imagens exclusivas da ação de uma quadrilha de traficantes de drogas no Aeroporto de Confins. A forma como eles agiam ameaçava turistas inocentes. Para tentar enganar as autoridades, os integrantes do grupo atuavam em setores diferentes do aeroporto e aliciavam funcionários de empresas terceirizadas oferecendo de R$ 10 mil a R$ 30 mil. Os chefes da quadrilha, que já agiam em Guarulhos, começaram a procurar funcionários no Aeroporto Internacional de Confins em funções estratégicas para eles: auxiliar de esteira, agente de bagagem. O objetivo era ousado: fazer com que as malas cheias de cocaína passassem do sistema de triagem doméstico para o internacional sem chamar a atenção da fiscalização. Segundo a Polícia Federal, os criminosos despachavam as malas como se fossem para voos domésticos. Um integrante burlava as inspeções para que parecesse que as bagagens tinham sido checadas e colocava etiquetas para que seguissem em voos internacionais. “Esses criminosos entendem muito bem da operação aeroportuária. Então eles sabem como que as empresas tem que lidar com a bagagem e acabam se aproveitando desse conhecimento para daí ver uma oportunidade de assediar um funcionário e ter essa facilidade”, diz o delegado da Polícia Federal Renato Madsen. Câmaras de segurança registraram a ação da quadrilha. A Polícia Federal usou as imagens na investigação, depois de uma denúncia anônima. Um homem de camisa azul, que aparece no alto da tela, se aproxima do guichê e apresenta cartão de embarque com destino ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ele é Marcelo Omena Serafim, encarregado pela quadrilha de despachar as malas. Logo em seguida, a mala dele cheia de drogas chega na área de triagem doméstica e é retirada da esteira por um homem de colete laranja. O funcionário esconde a mala atrás de um contêiner. Ele vai até um armário e, segundo a PF, volta com uma etiqueta de voo internacional para a mala. É José Oreste Souza Filho, um dos chefes da quadrilha. Ele deixa a mala sozinha e outro homem, também envolvido no esquema, leva a bagagem para o contêiner dos objetos já fiscalizados. A mala seguiria para Lisboa, mas foi apreendida pela polícia. Segundo a PF, a mala de Marcelo Omena passou de forma ilegal por todos os mecanismos de checagem. Oito pessoas foram presas. De acordo com a PF, golpes como os desses criminosos podem ter feito um brasileiro de 71 anos passar 48 dias preso em Portugal acusado de ser o dono de uma mala com cocaína, que não era dele. Ele foi libertado em julho deste ano. A BH Airport, concessionária do aeroporto, se colocou à disposição das autoridades. A Swiss Port confirmou a prisão de um funcionário e declarou que está ajudando nas investigações.

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